http://estrema.letras.ulisboa.pt/ojs/index.php/estrema/issue/feed estrema: revista interdisciplinar de humanidades 2024-03-14T11:45:30+00:00 estrema: revista interdisciplinar de humanidades estrema.cecomp@letras.ulisboa.pt Open Journal Systems <table style="height: 85px;" width="480"> <tbody> <tr> <td width="445"><img src="http://estrema.letras.ulisboa.pt/ojs/public/site/images/ecadmin/tracedlogo-estrema-simples-sem-texto-sfw-01d486b067494dd1a2c9596596dc772f.png" alt="" width="300" height="59" /></td> <td width="358"> <p><strong> </strong><strong>ISSN</strong> 2182-8040</p> </td> </tr> </tbody> </table> <p><span style="font-weight: 400;">A </span><em><span style="font-weight: 400;">estrema</span></em><span style="font-weight: 400;">: </span><em><span style="font-weight: 400;">revista interdisciplinar de humanidades</span></em><span style="font-weight: 400;"> é uma revista digital e de livre acesso do Centro de Estudos Comparatistas (</span><a href="https://cecomp.letras.ulisboa.pt/"><span style="font-weight: 400;">CEComp</span></a><span style="font-weight: 400;">) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (</span><a href="https://www.letras.ulisboa.pt/pt/sobre-a-flul/a-faculdade"><span style="font-weight: 400;">FLUL</span></a><span style="font-weight: 400;">) que visa proporcionar uma plataforma de publicação, divulgação e debate académicos a todos os alunos do ensino superior nacional ou estrangeiro, bem como de outros autores interessados. A interdisciplinaridade coloca a </span><em><span style="font-weight: 400;">estrema</span></em><span style="font-weight: 400;"> nas intersecções e limiares das Humanidades, onde novas fronteiras científicas emergem através da metodologia comparatista. Assim, serão admitidos trabalhos que tratem de temas e/ou objectos culturais ou artísticos que estejam em diálogo com as Humanidades. Todos os artigos publicados são sujeitos a um processo de dupla arbitragem científica anónima por pares.</span></p> http://estrema.letras.ulisboa.pt/ojs/index.php/estrema/article/view/283 Quando a criança era criança: a luz da infância em As Asas do Desejo, de Wim Wenders e Peter Handke, e o poema VIII d’“O Guardador de Rebanhos”, de Alberto Caeiro 2024-02-26T17:11:34+00:00 Mariana Vaz de Almeida marianasousaantao@gmail.com <p>Neste artigo, pretendemos explorar as relações temáticas entre As Asas do Desejo, filme de Wim Wenders e Peter Handke lançado em 1987, e “O Guardador de Rebanhos”, de Alberto Caeiro (heterónimo de Fernando Pessoa), mais concretamente o poema VIII. Procurar-se-á explicitar de que forma ambas as obras desenvolvem o mito da infância de forma primitivista, encontrando na criança um mestre para o adulto, e na inocência um modo de vida.</p> 2024-02-28T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2023 Mariana Vaz de Almeida http://estrema.letras.ulisboa.pt/ojs/index.php/estrema/article/view/287 A pedregosa luz da poesia ou a estética da ruína em Carlos de Oliveira 2024-02-26T17:42:36+00:00 Thalles Candal thallescandal@gmail.com <p style="font-weight: 400;">Carlos de Oliveira fez da paisagem de sua infância, a Gândara portuguesa, o seu universo literário, escrevendo-a, descrevendo-a e repovoando-a incessantemente em sua obra. Diante de uma paisagem em constante ruína, memória e símbolo de um país, percebe-se, a partir do lançamento de <em>Cantata </em>(1960), um espelhamento radical dessa paisagem em sua obra. Partindo das ideias de Michel Collot a respeito da paisagem e de sua interação com o sujeito lírico e dos conceitos de estética da ruína em Sophie Lacroix, pretendo ensaiar uma análise de dois poemas do poeta português — “Soneto” de <em>Cantata </em>(1960) e “Casa” de <em>Sobre o Lado Esquerdo </em>(1968). Buscarei ressaltar, principalmente, a função dialética do fogo e da luz como construtores e destruidores de realidades, além da íntima aproximação desses elementos com a linguagem realizada pelo autor. Num processo de “espaçamento do sujeito”, Oliveira compreende o fim do mundo diário da Gândara e de suas casas como uma linguagem primordial para entender a realidade em suas múltiplas possibilidades, principalmente na falta, e promove uma “estética do fragmento” em sua literatura, propondo fraturas formais e diluindo contornos entre sujeito, paisagem e poesia.</p> 2024-02-26T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2023 Thalles Candal http://estrema.letras.ulisboa.pt/ojs/index.php/estrema/article/view/288 A representação da Aurora no cinema: Captain EO (1986) e a luz de açafrão 2024-02-26T17:42:50+00:00 Sílvia Catarina Pereira Diogo silviadiogo@campus.ul.pt <p>A versão actualizada da Aurora na idade pós-moderna pode ser encontrada na curta-metragem <em>Captain EO</em> de Francis Ford Coppola, onde se alimentam muitas semelhanças com a divindade que lhe empresta o nome. Da Aurora (Eos) sabemos que dorme nas correntes do oceano (<em>Hymn. Hom. Ven.</em>226) e sobe ao céu quando acorda (Mimn. fr. 12 West). Em harmonia com o mitema transmitido pela tradição antiga, é conduzida pela Estrela da Manhã (<em>Ov. Met.</em>4.629-30) a fim de iluminar os céus com a luz de açafrão para, enfim, dar lugar ao Sol e ao seu carro, porque a este compete melhor aclarar o dia. Do comandante EO se sabe que é incumbido de uma missão num planeta desolado e que falha em encontrar o transmissor (<em>homing beacon</em>) que deve orientá-lo nesse destino. Embora EO exiba as cores de uma Aurora falhada <em>ab initio</em>, consegue reclamar a sua fama e atrair o êxito da sua expedição, com a ajuda dos tripulantes que com ele emparceiram no bom sucesso da missão: trazer luz àquele planeta (e recuperar o significado da sua insígnia).</p> 2024-02-26T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2023 Sílvia Catarina Pereira Diogo http://estrema.letras.ulisboa.pt/ojs/index.php/estrema/article/view/291 Iris Murdoch: das sombras à luz 2024-02-26T17:59:30+00:00 Pedro Franco pedro.franco@campus.ul.pt <p>Neste ensaio, defendo que a imagem da luz é muito significativa na obra filosófica e literária de Iris Murdoch, e exploro as suas potencialidades, bem como as suas limitações. Estabeleço uma ligação entre dois romances de Iris Murdoch e suas ideias filosóficas, fazendo referência à sua obra filosófica como um todo. <em>The Bell</em> (1958) e <em>A Severed Head</em> (1961) representam respectivamente, na minha leitura, uma transição das sombras para a luz, sendo que o segundo romance reproduz de forma muito directa a alegoria da caverna de Platão. Nesta transição, a capacidade moral do auto-descentramento (<em>unselfing</em>) e da atenção particular ao indivíduo – ideias-chave do trabalho filosófico de Murdoch – são postas em causa. Ao atingir o estado de “iluminação”, alcança-se o que Murdoch entende ser o <em>amor</em>, um estado de verdade onde habita a bondade, e o exercício da atenção (como forma de auto-descentramento, inspirado na concepção de Simone Weil) é indispensável. Defendo que <em>The Bell</em> mostra a impossibilidade de alcançar esse estado, enquanto <em>A Severed Head</em> idealiza, pelo contrário, essa possibilidade. Ao longo do caminho iremos notar algumas ideias murdochianas sobre as relações entre arte, filosofia e moral, nomeadamente que os seus romances questionam as suas próprias ideias filosóficas, em vez de apenas ilustrá-las; a irrelevância das fronteiras entre vida externa e interna; e como o trabalho de Murdoch beneficia de algumas ideias aristotélicas, principalmente uma concepção de como aprendemos a ser virtuosos. </p> 2024-02-26T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2023 Pedro Franco http://estrema.letras.ulisboa.pt/ojs/index.php/estrema/article/view/293 A luz de um “portugal futuro” 2024-02-26T18:21:11+00:00 Lucas Pessin lucaspereirapessin1@gmail.com <p>Este artigo apresenta a leitura de dois poemas de Ruy Belo, respectivamente, “Portugal sacro-profano: lugar onde” e “O portugal futuro”, ambos pertencentes ao livro <em>Homem de Palavra[s]</em> (1969) e à antologia <em>País Possível</em> (1973). Procuramos ver duas faces de Portugal presentes na obra de Ruy Belo: a da escuridão, caracterizada pelas consequências do salazarismo e pelos fatos da história; e a da luz, do sonho, na qual a felicidade será encontrada e um futuro renovado, longe das tragédias que tanto afligem o poeta. Veremos, por fim, a edificação de um país dos sonhos pela poesia, “aonde o puro pássaro é possível”.</p> 2024-02-26T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2023 Lucas Pessin http://estrema.letras.ulisboa.pt/ojs/index.php/estrema/article/view/290 From the Flame Imperishable to the Silmarils: The dimming of lights in J.R.R. Tolkien’s The Silmarillion 2024-02-26T17:48:25+00:00 Patrícia Sá patricia.p.sa@edu.ulisboa.pt <p>Em <em>O Silmarillion</em>, de J.R.R. Tolkien, a luz permeia o mundo, desde o seu esplendor máximo, à sua luminosidade mais ténue. Autores como Lisa Coutras, Verlyn Flieger e Reno E. Lauro exploraram eximiamente o papel da luz em Ëa e, neste ensaio, servimo-nos dessas teorias para averiguar o modo como a luz e a escuridão são representadas desde o começo da criação ao fabrico dos Silmarils. Lembrando a alusão de Lauro às teorias medievais acerca da luz, sugerimos uma perspetiva sobre Ëa enquanto mundo feito de refrações de uma luz totalizante e pura, que se atenua progressivamente até ao seu enclausuramento em três jóias, deixando de ser encarada como fonte de encanto e passando a ser objeto de desejo. A Luz, n’<em>O Silmarillion</em>, é sinónimo de <em>bom</em>, <em>belo </em>e <em>verdadeiro</em>, mas queima e castiga quem a usar indevidamente. Além disso, neste ensaio corroboramos as teses de que a escuridão − não a escuridão primordial, mas a escuridão malvada e absorvente de Morgoth − é uma deformação da luz que deu forma e vida a toda a criação de Ilúvatar. Assim, procuramos examinar, brevemente, as luzes iniciais em Arda e o seu enfraquecimento, não só como um reflexo da separação progressiva do seu princípio primário, mas também como resultado da entrada do mal em Arda e da <em>hybris </em>de Fëanor, que selou o destino dos Elfos da sua casa.</p> 2024-02-26T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2023 Patrícia Sá http://estrema.letras.ulisboa.pt/ojs/index.php/estrema/article/view/292 Luzes da Cidade 2024-02-26T17:54:56+00:00 António Seabra antonioseabra1@gmail.com <p>Em <em>Fahrenheit 451</em>, romance distópico do falecido Ray Bradbury (1920-2012), os bombeiros de uma cidade anónima usam o fogo para extinguir o conhecimento e apagar o passado. Em <em>As Primeiras Coisas</em>, do vivo Bruno Vieira Amaral (n. 1978), uma série de <em>coisas </em>fogosas – passadas num bairro fictício – são reavivadas por um narrador nostálgico e de sensibilidade apocalíptica. A primeira obra, publicada em 1953, reflecte sobre o futuro da humanidade e a relação que ela estabelece com dois objectos que emitem luzes distintas; a segunda, dada a lume em 2013, convida o leitor a deambular por tempos pretéritos, na companhia de uma câmara fotográfica. Perspectivando a comparação entre os dois textos, analisá-los-ei a partir da dicotomia luz/sombra, focando-me em alguns reflexos reveladores.</p> 2024-02-26T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2023 António Seabra http://estrema.letras.ulisboa.pt/ojs/index.php/estrema/article/view/296 Sobre la luz como metáfora filosófica: la no-filosofía merleaupontyana y el cine documental de Patricio Guzmán 2024-02-26T19:26:30+00:00 Silvia Solas silvia_solas@yahoo.com.ar Andrea Vidal vidalav@yahoo.com.ar <p>Frente a la metáfora que ha usado la filosofía – echar “luz” (a través de la pura racionalidad) sobre nuestra realidad – dos pensadores contemporáneos, Merleau-Ponty y Didi-Huberman, consideran que nuestro mundo contingente solo puede interpretarse en términos de luces y sombras. Proyectaremos estas disquisiciones sobre una práctica artística contemporánea – un “afuera” de la filosofía, según Merleau-Ponty – cuya realización es, básicamente, producto de la luz: el cine. Tomaremos como referencia la obra tríptica del realizador chileno Patricio Guzmán (2010-2019) para sostener que en estos filmes se pone en juego la dialectización del mirar propuesta por Didi-Huberman y que mantienen ecos de la mirada en Merleau-Ponty, confirmando que el filosofar también se desenvuelve en la “no filosofía” (esto es, por fuera del sistema y la argumentación canónicos). Así, no es la luz como sucedáneo de lo racional (metáfora que opera en la tradición filosófica) lo que ofrece respuestas a las incógnitas de nuestra existencia, sino una luminosidad más promiscua (sensible y provisoria) que nos permite – a diferencia de una supuesta verdad establecida – la búsqueda de respuestas nuevas e incluso nuevos interrogantes. Como sucede en los filmes de Guzmán.</p> 2024-02-26T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2023 Silvia Solas e Andrea Vidal http://estrema.letras.ulisboa.pt/ojs/index.php/estrema/article/view/295 The interface of samatha and vipassanā in the Insight Meditation methods of Goenka, Mahāsī, Mogok and Pa Auk 2024-02-26T18:35:09+00:00 Otávio Vieira otavio_vieira@hotmail.com <p>This article traces interface among four renowned Burmese masters of the Insight Meditation Movement, its political-historical context, and their distinct theoretical understandings and practical ways of dealing with two interrelated aspects of meditation: samatha (concentration) and vipassanā (wisdom). Two main approaches are found: samatha as a preparation for vipassanā, and vipassanā without samatha as a prerequisite. Whereas Goenka and Mogok promulgate a short practice of samatha, Pa Auk focuses on achieving the four jhanās (deep samatha absorption) before vipassanā can be practiced. By contrast, Mahāsī teaches vipassanā without preparatory samatha (dry insight), as momentary concentration develops the required level for insight practice.</p> 2024-02-26T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2023 Otávio Vieira