Um sonho chamado Tatipirun: a aventura de Raimundo pela Terra dos Meninos Pelados
Resumo
O presente artigo faz uma análise do conto “A terra dos meninos pelados” (1939), do autor alagoano Graciliano Ramos. Parte-se do pressuposto de que Tatipirun se configura como um espaço utópico de aceitação para uma personagem infantil, visto que o “mundo real” lhe era hostil. A terra em que todos os caminhos são certos parece perfeita aos olhos de Raimundo e, neste espaço construído, a personagem busca a realização do seu desejo. Ao criar o mundo imaginário do país de Tatipirun, Raimundo parece tentar tamponar a falta inerente ao humano e que é materializada na narrativa por intermédio da diferença, da ausência de cabelos e de um olho preto e o outro azul. É, pois, por meio da construção de um universo utópico que se oferece à personagem a possibilidade de se lidar com a falta, com a angústia diante da diferença e com a necessidade de suportá-la.
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