Reflexos de uma disputa: O dia sombrio e a noite clara na fotografia oitocentista

Autores

  • Luzo Reis Universidade de Brasília (PPGCOM/FAC-UnB)
  • Suana Dobal Universidade de Brasília (UnB)

DOI:

https://doi.org/10.51427/com.est.2022.0005

Palavras-chave:

noite, dia, arte, técnica, fotografia

Resumo

Neste artigo apresentaremos duas atitudes da fotografia do século XIX com relação ao noturno. A primeira delas, o dia sombrio da fotografia oitocentista, abordará experiências artísticas que produziram imagens obscuras, difusas ou com presença de sombras pronunciadas em referência a uma visualidade noturna aplicada a cenas tomadas originalmente de dia. A segunda, a noite clara oitocentista, discutirá as empreitadas da fotografia técnica, científica ou utilitarista em iluminar a noite a fim de produzir imagens nítidas e claras. Veremos como esses dois expedientes revelam a participação da fotografia na arena dicotômica do século XIX que opôs luz e sombra, realidade e subjetividade.

Biografias do Autor

  • Luzo Reis, Universidade de Brasília (PPGCOM/FAC-UnB)

    Luzo Reis é graduado em Comunicação Social e Mestre em Estudos de Cultura Contemporânea pela
    Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), doutorando em Comunicação Social na linha de pesquisa “Imagem, Estética e Cultura Contemporânea” na Universidade de Brasília (PPGCOM/FAC-UnB), onde desenvolve pesquisa sobre a estética noturna na fotografia de Georges Brassaï, Claudia Andujar e Antoine d’Agata. Também é fotógrafo e cineasta documentarista.

  • Suana Dobal, Universidade de Brasília (UnB)

    Susana Dobal é professora associada da Universidade de Brasília (UnB). Doutora em História da Arte/City University of New York/Graduate Center e pós-doutora na Université Paris 8 (2009) e na Aix-Marseille Université (AMU 2014). Seu tema de pesquisa é a fotografia em diálogo com outras artes e narrativas experimentais; publicou diversos artigos sobre esses temas e participou de mais de 30 exposições com ensaios fotográficos.

Referências

Bigg, Charlotte. 2018. “Of Blurs, maps and portraits: photography and the moon.” In Selenes’s Two Faces: From 17th Century Drawings To Spacecraft Imaging, organizado por Carmem Gonzalez, 114-146. Boston: Leiden.

Bronfen, Elisabeth. 2013. Night Passages: Philosophy, Literature and Film. New York: Columbia University Press.

Diamond, Hugh W. 1977. The Face of Madness and the Origin of Psychiatric Photography. Secaucus, NJ: The Citadel Press.

Didi-Huberman, Georges. 2015. Invenção da histeria: Charcot e a iconografia fotográfica da Salpêtrière. Rio de Janeiro, Contraponto.

Eder, Josef Maria. (1972) 1978. History of photography. Translated by Edward Epstean. Canada: General Publishing Company.

Edwards, Elizabeth. 1992. Anthropology and Photography: 1860-1920. New Haven: Yale University Press.

London: Royal Anthropological Institute. 2021. Instituto Moreira Sales (IMS). Por dentro dos acervos: Noite/dia Hervert Henry Klumb. Acessado em 17/11/2021. https://ims.com.br/por-dentro-acervos/noitedia.

Keiming, Lance. 2010. Night Photography: Finding your way in the dark. Oxford: Elsevier.

Kossoy, Boris. 2006. Hercule Florence: A descoberta isolada da fotografia no Brasil. São Paulo: EDUSP.

Lebart, Luce. 2015. “Alphonse Bertillon: La photographie métrique de scènes de crime.” In Images à Charge: La construction de la preuve par l’image, organizado por Diane Dufour, 17-35. Paris: Le BAL/Éditions Xavier Barral.

Les Catacombes de Paris. 2018. “L’histoire du site.” Acessado em 18/11/2021. https://www.catacombes.paris.fr/lhistoire/lhistoire-du-site.

Lombardi, Kátia H. 2008. “Documentário Imaginário: reflexões sobre a fotografia documental contemporânea.” Discursos Fotográficos 4 (4): 35-58. https://doi.org/10.5433/1984-7939.2008v4n4p35.

Mello, Maria Teresa Vilela Bandeira. 1998. Arte e Fotografia: O movimento Pictorialista no Brasil. Rio de Janeiro: Funarte.

Mélon, Marc. 1998. “Au-delà du réel, la photographie d'art. Première maturité de la photographie (1870-1914).” In Histoire de la photographie, organizado por Jean-Claude Lemagny e André Rouillé, 82-101. Paris: Larousse-Bordas.

Nadar, Félix. (1900) 2015. When I was a photographer. Translated by Eduardo Cadava and Liana Theodoratou. Cambridge: Massachusetts Institute of Technology.

Robinson, Henry Peach. (1896) 1980. “Idealism, Realism, Expressionism.” In Classic Essays on Photography, organizado por Alan Trachtenberg, 92-97. New Haven: Leete’s Island Books.

Rouillé, André. 2009. A fotografia: entre documento e arte contemporânea. Tradução de Constancia Egrejas. São Paulo: Editora Senac São Paulo.

Schillings, C. G. 1905. With Flash-light and rifle: photographing by flash-light at night the wild animal world of equatorial Africa. Traduzido por Henry Zick. New York: Harper & Brothers publishers.

---. 1907. Wildest Africa. Traduzido por Frederic Whyte. New York and London: Harper e Brothers.

Szarkowski, John. 1978. Windows and Mirrors. Nova York: The Museum of Modern Art.

The Amon Carter Museum of American Art. Acessado em 06/10/2021. https://www.cartermuseum.org/.

The Metropolitan Museum of Art. Acessado em 07/10/2021. https://www.metmuseum.org.

The Public Domain Review. Acessado em07/10/2021. https://publicdomainreview.org/.

Publicado

05-05-2022

Como Citar

«Reflexos De Uma Disputa: O Dia Sombrio E a Noite Clara Na Fotografia Oitocentista». 2022. Estrema: Revista Interdisciplinar De Humanidades 2 (1). https://doi.org/10.51427/com.est.2022.0005.