Ondjango angolano e animismo africano no conto“A morte do Velho Kipacaça”, de Boaventura Cardoso
DOI:
https://doi.org/10.51427/com.est.2024.03.02.0003Palavras-chave:
Integralizações, Literatura Angolana, Sobrenatural, Vozes AncestraisResumo
Os ondjangos, de origem angolana e instrumentos de atuação social, são encontros de diálogo, de partilha de saberes ancestrais e de levantamento de questões e discussões de interesse comunitário. O conto “A Morte do Velho Kipacaça”, do escritor angolano Boaventura Cardoso, começa com a encenação de um ondjango, cujo objetivo é descobrir a causa da seca que ameaça o bem-estar social. No final da reunião, chega-se à conclusão de que a estiagem possivelmente está relacionada com o desaparecimento/morte do caçador Kipacaça. No conto, observa-se que a imaginação criativa do autor opera de forma consistente ⎯ o que é comprovado pela forma como o pensamento animista é apresentado: através da temática do sobrenatural e das estratégias narrativas adotadas. No presente trabalho, interessa-nos analisar o conto “A morte do Velho Kipacaça” a partir de apontamentos sobre o Realismo Animista Africano. Para isso, foram utilizados, como principais fontes de consulta, os seguintes textos: O vão da voz: a metamorfose do narrador na ficção angolana, de Terezinha Taborda Moreira (2005); “«Metamorfoses decoloniais»: o inconsciente animista e transmutações como cosmovisão nas Literaturas Africanas”, de Silvio Ruiz Paradiso (2023); e “Reflexões provisórias sobre animismo, modernismo/colonialismo e a ordem africana do conhecimento”, de Harry Garuba (2018).
Referências
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