Um olhar sobre o conceito de irmandade: mulheres afro - americanas e a crítica do feminismo anglo - americano
Palavras-chave:
irmandade, feminismos, mulheres afro - americanas, racismoResumo
o objetivo deste artigo será compreender, através de literatura selecionada para o efeito, e criada, principalmente nos anos 80 e 90 do século XX, porque é que um dos grandes conceitos dos feminismos brancos ocidentais – o da irmandade (sisterhood) – nunca foi prontamente aceite por mulheres negras. Tentaremos analisar criticamente as reações expressas através da escrita – ensaios, artigos, livros completos – de mulheres negras que, principalmente nas últimas décadas do século passado, se ergueram contra as imagens estereotipadas dominantes das sociedades brancas ocidentais e que se estendem à crítica feminista. Foram estas imagens, que datam dos tempos de escravatura e que perduram até ao dia de hoje, que relegam as mulheres negras à invisibilidade histórica e cultural. Audre Lorde (2007a) afirma que a invisibilidade de mulheres negras é o resultado da visibilidade distorcida pela cultura e do silêncio imposto a mulheres negras. A noção de irmandade promovida por feministas brancas assentava na crença que todas as mulheres sofriam do mesmo tipo de opressão (patriarcal), pelo que se revelou, graças ao trabalho efetuado por várias feministas negras, um conceito oco, falso e hipócrita, como teremos a possibilidade de verificar.
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