O Mito de Helena de Tróia na Ópera King Priam de Michael Tippett
Palavras-chave:
King Priam, Dionisíaco, Helena, Sagrado, BelezaResumo
Este artigo consiste numa reflexão acerca da representação do mito de Helena na ópera King Priam de Michael Kemp Tippett, mediante uma abordagem hermenêutica. Defende-se que a beleza de Helena simboliza o sagrado.Para contextualizar, apresentam-se as linhas gerais do pensamento do compositor, comenta-se a cosmovisão da ópera e definem-se os conceitos-chave para o tema em análise. Mostra-se que Helena é totalmente identificada com o ‘dionisíaco’ e define-se o sentido metafórico desta noção. Esclarecem-se as dimensões desta utilização e explicita-se a sua relação com o conhecimento sensorial. Explica-se que este conhecimento é poder e que conduz a uma forma de poder, que, aliado ao sentido último da beleza que distingue Helena, a inscreve no domínio da sensibilidade, mas também lhe descobre uma dimensão trágica. Considera-se que estes elementos constituem uma ética amoral e que neles se gera uma verdade que é experiência do sagrado. Comentam-se alguns aspectos musicais que confirmam esta compreensão. A sustentação teórica procede das proposições de Clarke (2001) e de Serra (1986) acerca do Dionisíaco, e a teoria ontológica do sagrado de Eliade (1978) está na base da tese defendida.
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