I’m Somebody Else: A Estruturação da Mimesis em Imitation of Life de Douglas Sirk

Resumo

Tendo em conta as noções de imitado e de imitável, procurar-se-á analisar os vários níveis da imitação em Imitation of Life (1959) de Douglas Sirk, nunca perdendo de vista a restante obra do realizador. Sustentando-se numa construção mimética e numa estrutura melodramática que potencia o pathos, o seu último filme problematiza as relações entre real e ficcional por intermédio do trabalho de representação do actor. A mimesis, que permite um movimento reflexivo sobre a auto-referencialidade fílmica, assume-se também como o elemento de criação de um espaço em que as próprias personagens podem encontrar algo de verdadeiro e de verosímil na sua existência. Esta, por ser resultante do objecto artístico, é uma vida imitada, que, por sua vez, imita outras vidas que as personagens tomam para si como arquétipos.