O Surrealismo de Raúl Perez: A Reconstituição e a Perda do Corpo Uno
Palavras-chave:
Constantes imagéticas, Pintura, Raúl Perez, Surrealismo portuguêsResumo
A obra de Raúl Perez destaca-se no panorama do Surrealismo português não só pela singularidade técnica e expressiva mas sobretudo pela afirmação de um universo simbólico, marcadamente introspetivo, muito próximo das fontes alquímicas e esotéricas. O artigo tem como objetivo analisar a obra plástica de Raúl Perez, com incidência nas décadas de 70 e 80, no sentido de identificar constantes imagéticas ou territórios de convergência, esclarecedores das variações do seu discurso plástico. O estudo permitiu identificar uma oscilação entre a afirmação de uma dimensão humana ideal, de unidade corporal e psíquica – contida na evocação do andrógino reconstituído na sua plenitude – e a fragmentação, extinção ou morte dessa realidade, implícita na petrificação e ruína do espaço e das personagens ou no dilúvio como memória de uma mutação violenta cristalizada no tempo, indício de destruição, perda ou rutura.
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